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30 de jul. de 2011

Mundos: Ningenkai, Reikai e Makai


Origens

O xintoísmo tem raízes muito antigas nas ilhas japonesas. Sua história registrada remonta ao Kojiki (712) e ao Nihon Shoki (720), porém os registros arqueológicos datam de um período significativamente mais antigo. Ambas as obras são compilações de tradições mitológicas orais já existentes. O Kojiki estabelece a família imperial como o alicerce da cultura japonesa, na condição de descendentes de Amaterasu Omikami. Existe também uma genealogia de criação e aparição dos deuses, de acordo com um mito de criação. O Nihonshoki estava mais interessado em criar um sistema estrutural de governo, política externa, hierarquia religiosa e ordem social interna.

Existe um sistema interno de desenvolvimento xintoísta que configura as relações entre o xintoísmo e outras práticas religiosas ao longo de sua história; os Kami ("espíritos") internos e externos. O Kami interno ou ujigami (uji significa "clã") favorece a coesão e a continuação dos papeis e padrões estabelecidos; e o hitogami, ou Kami externo, traz inovação, novas crenças, novas mensagens e alguma instabilidade.

Os povos jomon do Japão utilizavam-se de habitações naturais, ainda não conheciam o cultivo de arroz, e frequentemente eram coletores-caçadores; a evidência física de suas práticas rituais é de difícil documentação. Existem muitos locais que contêm estruturas rituais de pedra, e conhecem-se práticas funerárias refinadas, além dos antigos Torii, que indicam a continuidade do xintoísmo arcaico. Os jomon tinham um sistema tribal baseado em clãs, similar a muitos dos povos indígenas do mundo. No contexto deste sistema, as crenças locais desenvolveram-se naturalmente, e quando a assimilação entre os clãs ocorreu, as crenças de tribos vizinhas acabaram por influenciar as outras. A um certo ponto passou a existir um reconhecimento de que os ancestrais criaram as gerações presentes, e a reverência aos ancestrais (tama) tomou forma. Havia algum comércio entre os povos indígenas das ilhas japonesas e o continente, bem como diversas migrações, o que aumentou o crescimento e a complexidade da espiritualidade dos povos locais, através de sua exposição a novas crenças. Esta espiritualidade, no entanto, ainda era centrada no culto às forças naturais, ou mono, e aos elementos naturais dos quais todos dependiam.

A introdução gradual de organizações religiosas e governamentais metódicas a partir da Ásia continental, começada por volta de 300 a.C., plantou as sementes das mudanças reativas que ocorreriam no xintoísmo arcaico, ao longo dos 700 anos seguintes, em direção a um sistema mais formalizado. Estas mudanças foram dirigidas internamente, pelos diversos clãs, frequentemente como forma de um evento cultural sincrético direcionado às influências externas. Eventualmente, à medida que os yamato conquistaram o poder, um processo de formalização se iniciou. A gênese da casa imperial japonesa, e a criação subsequente do Kojiki, ajudou a facilitar a continuidade necessária para este desenvolvimento a longo prazo. O xintoísmo apresenta hoje em dia um equilíbio entre as influências externas do budismo, do confucionismo, do taoísmo, das religiões abraâmicas, do hinduísmo e de crenças seculares que, embora tenha tido conflitos em seu desenvolvimento, aparenta atualmente ser natural e não-exclusivo. Em períodos mais modernos o xintoísmo desenvolveu também novas formas e suas próprias subdivisões, e até mesmo expandiu-se para além das fronteiras do Japão, tornando-se uma religião global.

Xintoísmo e budismo

O Budismo foi introduzido no século VI e trouxe graves consequências para o Xintoísmo. Vindo da Coreia, apresentado ao imperador, o Budismo, apesar de algumas resistências iniciais, acabou por triunfar, tendo servido para a consolidação do poder imperial, com o apoio dos governantes locais.

Apesar disto, a tendência geral, e mais conforme à mentalidade do Oriente, foi a de fundir as duas religiões, mas sob a égide do Budismo.

Durante longos séculos, o Budismo impôs a sua influência, sobrepondo-se à religião tradicional, que porém não desapareceu.

Face ao domínio duma religião estrangeira desde logo vários pensadores e sacerdotes procuraram manter a dignidade e o papel desempenhado pela religião tradicional. Na Idade Média, vários destes pensadores fizeram uma união entre os dois tipos de divindades, mas em sentido contrário ao já referido: os budas eram na verdade kami encarnados, que assim deixavam o seu estado original para descerem à terra.

Nos sécs. XVI-XVII, viveu-se um momento de renascimento da cultura japonesa, com o consequente afastamento de influências estrangeiras. Apesar de o Budismo não perder substancialmente o seu terreno, ficou agora relegado para segundo plano, a favor de uma tendência nacionalista que se afirmava, e que atingiria o seu ponto culminante no período seguinte.

No âmbito da ideologia profundamente nacionalista da era Meiji, a escolha duma religião oficial recaiu naturalmente sobre o Xintoísmo, já antes aclamado como a religião verdadeiramente original do povo japonês, considerado pelo regime como superior a todos os outros.

Criou-se então o chamado Xintoísmo de Estado, uma espécie de sacralização do Estado, ou melhor, laicização do Xintoísmo. De facto, o xintoísmo foi despido do seu carácter religioso para se tornar um dever cívico de reverência ao Estado e ao imperador.

O xintoísmo estatal permaneceu em vigor durante algumas décadas. Como expressão do nacionalismo japonês, exacerbou-se particularmente por ocasião da Segunda Guerra Mundial. Com a derrota do Japão, precipitou-se o seu processo de queda. Em 1946, foi proclamada a nova Constituição, pela qual o imperador foi destituído de todas as prerrogativas divinas e de todo o poder político, tornando-se apenas símbolo da unidade nacional.

Terminologia

No princípio, esta religião étnica não tinha nome, mas quando se introduziu o budismo no Japão durante o século VI, um dos nomes que este recebeu foi Butsudo, que significa "o caminho do Buda". Assim, a fim de diferenciar do budismo, a religião nativa passou a ser chamada xinto, palavra de origem chinesa, que combina dois caracteres chineses (kanji): "shin" (em japonês: 神), significando deuses ou espíritos (quando lido sozinho é pronunciado "kami") e "tō" (em japonês: 道), que significa caminho filosófico. Assim, xinto significa "o caminho dos deuses". O nome chinês foi escolhido porque na época apenas o chinês era escrito no Japão, já que não haviam desenvolvido ainda a escrita japonesa.

Reunindo elementos do xintoísmo e budismo, a série apresenta vários mundos. São eles:

Ningenkai

É o Mundos dos homens, Terra. Onde moram Yusuke, Keiko, Kuwabara, etc.


A natureza

Há que reconhecer que o homem vive graças à natureza, a tudo quanto ela lhe fornece, pelo que a sua atitude deve ser de profunda gratidão e reverência. Mesmo quando a natureza se desenfreia, o ser humano é forçado a reconhecer que muito maiores são os benefícios que dela recebe. O homem, apesar de todo o seu avanço tecnológico, não possui poder pleno, e deve reconhecer a sua humildade, num espírito de coexistência pacífica.

Há inúmeras divindades ligadas a elementos naturais, o que atesta que tudo é governado pelos kami. Logo, a natureza reveste um carácter sagrado, regendo-se por uma vontade e sensibilidade próprias, por uma espiritualidade misteriosa, mais do que propriamente por leis naturais.

Sendo que toda a natureza descende de "kamis" assim como a humanidade, fica claro que tudo está interligado tendo como origem em comum um ancestral divino. Assim sendo o ser humano e a natureza, seus elementos, minerais, vegetais e animais, são parentes.

A vida dessassociada da natureza é incompatível com o Xintô, o ser humano não deve combatê-la ou transformá-la sem necessidade vital. É comum aos praticantes xintoístas o retiro para ambientes onde possam promover a integração com a natureza, uma forma de purificação, elevação espiritual, e oportunidade para reflexão e meditação.

Como já foi dito na introdução, o Xintô e a própria cultura japonesa pregam que sendo a natureza sagrada, sua destruição é indesejável, e não existe o sentimento de hostilidade inerente recíproca imperante no ocidente.

Outra prática bastante disseminada é a deificação de determinados elementos naturais em especial. Como por exemplo a árvore que representa um família ou um rocha que ocupa lugar de destaque em determinada cidade. Principalmente na antiguidade, era tradicional em muitas aldeias a veneração de algum "ícone" que representasse bem seu povoado ou dinastia.

O comportamento xintoísta é tão avesso a interferência no cenário natural, para ele é sagrado e perfeito, que qualquer atividade que implique em utilização ostensiva dos recursos naturais deve ser recompensada no mínimo com a construção de um templo dedicado a natureza.



Reikai

É o Mundo Espiritual, lugar para onde as almas vão depois da morte. Segundo lendas do Japão, depois que uma pessoa morre, sua alma é guiada através do Sanzu no Kawa (Rio dos Mortos ou Arqueronte para os gregos), entrando então no Shinpan, os Portões do Julgamento. Lá o espírito é julgado pelo que fez em vida, e recebe a absolvição ou castigo. Muitos setores do Budismo ensinam que seres humanos são todos maus e precisam rezar para serem salvos do Inferno. Talvez por isso o Céu não é mencionado em Yu Yu Hakusho. Sr. Enma é o senhor supremo do Mundo Espiritual. Como ele está sempre fora a negócios, quem toma conta do lugar é seu filho, Koenma.

Makai

É o Mundo das Trevas, nesse mundo vivem Youkais de muito poder. O Makai é dividido em países. Até 1.500 anos atrás, o Makai tinha ligação direta com o Mundo dos Homens. Devido ao grande número de perdas humanas dadas pelos youkais assassinos, foi criada uma barreira espiritual para impedir a ligação direta dos dois mundos. Essa barreira impede a passagem de youkais assassinos e de homens que tentem entrar no Makai. Mas alguns demônios insignificantes passaram por essa proteção, não dando muito trabalho por serem fracos. Para isso existem os Detetives Sobrenaturais que tem como função proteger a Terra dos monstros que conseguem passar. A única forma da barreira ser destruida é pela Espada Extra-dimensional. Até 1.500 anos atrás, antes da criação da barreira espiritual, não havia nenhuma forma de Governo no Makai, pois os youkais circulavam livremente. Após a criação da barreira, o Makai foi tomado por uma guerra que mobilizou todos os youkais. No fim, os youkais tiveram que se organizar em governos e/ou em tribos para definir quem governaria o Makai. No fim da batalha restaram apenas a tribo de Raizen, o reino de Gandara de Yomi e os guerreiros de Mukuro. Após anos de batalhas, os três youkais resolveram dividir o Makai entre eles, tornando-se assim os Três Poderes do Makai. Após a morte de Raizen, houve um torneio para definir quem governaria o Makai.


Meikai

O Meikai é o mundo que Yakumo governa. É para o Meikai que vão as almas dos que são julgados e condenados. É nesse mundo que o rei Enma tem que lutar para salvar seu filho. Este mundo fica acima do Makai, assim como o Reikai fica acima do Ningenkai.

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