Kenjutsu significa, em seu termo literal, "arte da espada" ou "técnica da espada". O nome se deu à pratica onde a espada era a arma principal da classe militar mais respeitada da época: os Samurais. Não apenas uma arma, a espada daqueles que as empunhavam, era também um símbolo de honra e bravura, dependendo da precedência e manufatura da mesma.
O espírito do bushi em prática As escolas de Kenjutsu eram como academias de treinamento para oficiais militares e membros da nobreza. Era lá que os Samurais, os grandes guerreiros da época, mandavam suas gerações mais jovens para serem treinadas para combate e comando de infantaria. Esses discípulos eram ensinados a manejar as principais armas da época (como a katana, a naginata e o kyu - ou arco e flecha) para combates pessoais, assim como para maiores engajamentos como as batalhas de companhias e de tropas militares. Os aprendizes eram também educados nos apropriados rituais de conduta e etiqueta, que serviam para inúmeros propósitos, tais como a segurança de seus respectivos senhores ou a execução correta das funções do Samurai entre os membros nobres da alta sociedade.
Esses costumes de conduta e técnicas marciais foram mantidos ao longo do tempo e passados, sucessivamente, para as gerações seguintes. Hoje, após muitos séculos, essas artes e costumes ainda são lembrados, e não só entre os orientais, mas no mundo inteiro
Do Kenjutsu originou-se o Kendo, que significa "caminho da espada". Provendo-se de recursos como armaduras e espadas de bambu, o Kendo permite que as técnicas ensinadas na época dos Samurais sejam ainda praticadas, porém, com uma considerável limitação quanto aos estilos e técnicas exploradas mais profundamente no Kenjutsu. O Kendo foi, porém, uma forma de preservar o caminho da espada durante a "ocidentalização" do Japão, período em que andar pelas ruas com uma espada era crime.
Muitas outras artes marciais japonesas ficaram posteriormente conhecidas entre os ocidentais, como o Jiu Jitsu e o Karate, que significa "mãos vazias". Acredita-se que esta luta apareceu inicialmente em Okinawa, entre comerciantes, justamente no período em que andar armado já não era mais permitido.
Essas artes japonesas são tradições históricas e ainda seguem alguns conceitos básicos de conduta, conservados desde os seus tempos primórdios, como por exemplo, a associação praticamente familiar entre o mestre, o aluno e a arte marcial em vigor.
Todas as artes marciais japonesas, porém, não estão adequadas a um princípio bélico. A base de todas essas técnicas é o Bushido - o caminho do guerreiro. Um código de conduta e um modode vida para os samurais, que fornecia parâmetros para esse guerreiro viver com dignidade e morrer com honra.
Sobre o Estilo:
Sobre o Estilo:
Existem inúmeros detalhes que definem um estino no Kenjutsu. A postura inicial de combate e a técnica no manuseio da espada são fatores marcantes, mas não é tudo o que define um estilo.
Todos os estilos possuem uma história, uma origem que precede e explica seu nome:
NITEN ICHI RYU
O estilo de Kenjutsu Hyoho Niten Ichi Ryu (dois céus como uma escola) foi fundado na primeira metade do século 17 por Miyamoto Musashi Fujiwara Genshin (1584-1645), autor de "O Livro dos Cinco Anéis" (Go Rin no Sho), também reconhecido como o maior espadachin da história do Japão, tendo derrotado todos os seus oponentes em luta de espadas.
Sua escola data do início de 1600 e seu detalhe mais distinto é o uso da espada longa (katana) e a espada curta (wakizaki), anteriormente usada apenas para o Seppukku (auto-sacrifício dos samurais).
As técnicas do Niten Ichi Ryu são econômicas, sem movimentos exagerados. O golpe é muito preciso, a distância e o tempo tomado para cada corte é firme e sem desperdício de movimento. Os Bokutos utilizados pelo Niten Ichi Ryu são finos e leves, assim permitem o controle apropriado de uma mão para cada espada, prevenindo também a fadiga causada durante extensa prática com o Bokuto na altura do ombro.
Existem três conjuntos de prática desse estilo, são eles:
1 - Itto Seiho: Espada longa contra espada longa;
2 - Kodachi Seiho: Espada curta contra espada longa;
3 - Nito Seiho: Duas espadas contra espada longa.
Outros estilos reconhecidos pela Confederação Brasilieira de Kobudo e o Instiuto Niten:
TENSHIN SHODEN KATORI SHINTO RYU
KASSUMI SHINTO RYU
SUIYO RYU
A espada talvez não seja a arma mais antiga do Japão, mas é com certeza a mais sofisticada, e por inúmeros séculos ocupou a mais importante e central posição nas artes marciais do Bushi. A forja e o trabalho em metal eram conhecidos para os japoneses pelo menos dois séculos antes da era Cristã. Espadas de ferro foram encontradas em criptas de pedra e dólmens (uma pedra horizontal apoiada sobre outras duas na vertical) que datavam do período Kofun-Bunka (400 aC - 700 dC) e testemunharam o avanço técnico e artístico da cultura japonesa desses tempos.
as katanas, o espírito dos samuraisA maioria dos historiadores concordam, porém, que a primeira aparição do formato e estilo de lâmina que chamamos de "Nippon-To" foi em meados do século VIII. Esse desenvolvimento é legendariamente atribuído a um artesão e armeiro chamado Amakuni, que viveu na província de Yamato.
O Nippon-To é chamado de Espírito do Bushi. Ele foi o símbolo de tudo o que ele (o artesão) representava através do seu trabalho: ele viveu por sua arte e morreu por ela. Mais adiante, seu propósito aliou-se a todo o seu ser, no mais íntimo sentido possível. Ele se viu diante da necessidade de transcender o conceito supérfluo de vida e morte, e seu estado mental foi chamado "Seishi O Choetsu". Foi essa batalha interna que trouxe a mudança de sua atitude, e isso deu á espada um duplo propósito: o propósito externo, de cortar diretamente aquilo que se opõe à vontade daquele que a empunha, e o propósito interno, de atravessar o Ego deste, permitindo o despertar de seu espírito. Dessa forma, a espada veio para simbolizar qualidades morais como a Lealdade, o Auto-Sacrifício, a Honra, a Sinceridade, a Justiça e a Coragem.
Historicamente, pode-se dizer que a forja da espada envolveu-se em perfeita harmonia com esses conceitos, e neste sentido, o Nippon-To foi um dos mais finos trabalho de arte já produzido. Incorporado a um elaborado sistema de combate que combinava perigo e beleza, o Nippon-To abriu duas portas para aqueles que queriam estar em contato com o caminho da espada e o Bushi. Essas técnicas são conhecidas e praticadas até os dias de hoje, são o Kenjutsu e o Iaijutsu.
O nome Samurai é associado no ocidente à imagem do guerreiro, do lutador, mas pouca gente sabe que foi a classe dominante no Japão no seu período de maior calmaria social e que os verdadeiros samurais cultivava a busca do equilíbrio entre o caminho da espada e da pena.
Pelo caminho da espada se entenda: a habilidade na esgrima propriamente dita como também habilidade em todos tipos de armas e o entendimento das estratégias de combate, que era o que mais freqüentemente decidia o resultado da batalha; e pelo caminho da pena, que nenhum samurai verdadeiro se descuidava.
O curioso é que o ocidente mitifica o oriente (decerto para torná-lo apenas admirável e não alcançável) e o samurai, de administrador sagaz e lutador completo é transformado aos olhos nossos em soldado fiel e truculento, imagem que nem de longe faz juz às suas (muitas) habilidades não combativas que dominava por força de sua própria formação.
Os japoneses crescem aprendendo que são um povo especial, amando a terra em que nasceram e aprendendo desde cedo a importância da introspecção, uma defesa clara contra o choque psicológico de morar em ilhas superpovoadas assolada por tempestades e terremotos constantes, os samurais não fugiam desta regra, antes, por fazerem parte da classe dominante e, pelo menos inicialmente não tendo as responsabilidades do poder propriamente dito, ajuntavam a este sentimento uma erudição de monta.
Sob forte influência das religiões (Budismo zen, Xintoísmo e Confuncionismo) que proliferavam no Japão de então, eles criaram seu código de honra e viviam por ele: o Bushido, que literalmente se traduz por "Caminho do Guerreiro" e surgiu no Japão entre as eras Heian e Tokugawa (séculos IX-XII).
Os samurais não tinham medo da morte e a noção de honra inspirava-os uma lealdade como se viu poucas vezes na história. Quando um samurai perdia o seu Daymio (título do senhor feudal, chefe de um distrito) ele se tornava um Ronin, o que era um problema, pois não conseguindo ser contratado por outro e não tendo quem provesse o seu sustento, poderiam até se entregar ao banditismo.
O ocaso dos samurais iniciou quando as táticas de guerra incluiram as armas de fogo, o que exigia maior número de soldados que a qualidade destes soldados, e a honra e a habilidade pessoal de combate perderam espaço para o volume,mas o valor destes guerreiros não se perdeu, pois mesmo depois de serem extintos oficialmente seu espírito permaneceu e norteou a reconstrução do país quando foi desmantelado após a Segunda Guerra mundial.
Pelo caminho da espada se entenda: a habilidade na esgrima propriamente dita como também habilidade em todos tipos de armas e o entendimento das estratégias de combate, que era o que mais freqüentemente decidia o resultado da batalha; e pelo caminho da pena, que nenhum samurai verdadeiro se descuidava.
O curioso é que o ocidente mitifica o oriente (decerto para torná-lo apenas admirável e não alcançável) e o samurai, de administrador sagaz e lutador completo é transformado aos olhos nossos em soldado fiel e truculento, imagem que nem de longe faz juz às suas (muitas) habilidades não combativas que dominava por força de sua própria formação.
Os japoneses crescem aprendendo que são um povo especial, amando a terra em que nasceram e aprendendo desde cedo a importância da introspecção, uma defesa clara contra o choque psicológico de morar em ilhas superpovoadas assolada por tempestades e terremotos constantes, os samurais não fugiam desta regra, antes, por fazerem parte da classe dominante e, pelo menos inicialmente não tendo as responsabilidades do poder propriamente dito, ajuntavam a este sentimento uma erudição de monta.
Sob forte influência das religiões (Budismo zen, Xintoísmo e Confuncionismo) que proliferavam no Japão de então, eles criaram seu código de honra e viviam por ele: o Bushido, que literalmente se traduz por "Caminho do Guerreiro" e surgiu no Japão entre as eras Heian e Tokugawa (séculos IX-XII).
Os samurais não tinham medo da morte e a noção de honra inspirava-os uma lealdade como se viu poucas vezes na história. Quando um samurai perdia o seu Daymio (título do senhor feudal, chefe de um distrito) ele se tornava um Ronin, o que era um problema, pois não conseguindo ser contratado por outro e não tendo quem provesse o seu sustento, poderiam até se entregar ao banditismo.
O ocaso dos samurais iniciou quando as táticas de guerra incluiram as armas de fogo, o que exigia maior número de soldados que a qualidade destes soldados, e a honra e a habilidade pessoal de combate perderam espaço para o volume,mas o valor destes guerreiros não se perdeu, pois mesmo depois de serem extintos oficialmente seu espírito permaneceu e norteou a reconstrução do país quando foi desmantelado após a Segunda Guerra mundial.
EQUIPAMENTO
Através do gráfico abaixo, você poderá observar os equipamentos utilizados para segurança na prática do Kenjutsu. Essas peças compreendem uma versão simplificada do que seria a armadura de um samurai, e destina-se a proteger as partes mais almejadas pelos golpes do Kenjutsu, isto é, os pontos vitais do oponente.
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