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18 de nov. de 2009
História do Taekwondo
Hoje um dos desportos mais populares do mundo, o Taekwondo (com essa denominação) é relativamente recente, apesar de ser uma herança de milénios de história e tradições coreanas.
Os primórdios remontam ao século I A.C., quando a região que é hoje a Coreia se encontrava dividida em três reinos: Shilla, Koguryo e Paekje. Já desde esses tempos ancestrais que os povos desenvolviam técnicas de combate corpo-a-corpo, utilizando-as não só para as guerras que se iam sucedendo, mas também para competições e torneios. Pensa-se que terá sido no reino de Koguryo que surgiu o Taekkyon, a forma mais antiga de Taekwondo que é conhecida, mas foram os guerreiros de Shilla que acabaram por desenvolver e divulgar a arte.
Com a Dinastia Koryo, e consequente unificação da península, o Taekkyon foi utilizado ainda mais como instrumento de luta, com aplicação directa ao exército. Se até então a vertente recreativa desta arte marcial ainda assumia uma forte componente na sua essência, passou a ser desenvolvida e estudada como arma militar, capaz de decidir combates e guerras. Nos primórdios desta dinastia, a perícia em Taekkyon era mesmo o único requisito necessário para admissão e subida hierárquica no exército coreano. Ao mesmo tempo, desenvolveu-se também o combate competitivo entre os próprios guerreiros, o que pode ser considerado como o nascimento da vertente desportiva da arte marcial nacional.
No entanto, a invenção da pólvora e de outras armas relegaram o Taekkyon para segundo plano, e acabou mesmo por se transmitir de geração em geração apenas como costume popular. O advento da Dinastia Yi, em grande parte baseada no confucionismo (que rejeitava este tipo de práticas), também contribuiu para a perda de importância das artes marciais tradicionais, que a um dado ponto mais não eram do que um jogo de crianças.
A ocupação japonesa em 1910 quase desferia o golpe final nesta tradição milenar. A proibição de costumes populares (incluindo a interdição explícita de Taekkyon) foi uma das estratégias de opressão do povo coreano, e por pouco não teria mesmo sucesso! Contudo, esta estratégia acabaria por se tornar uma faca de dois gumes: parte da população abandonou a sua terra, procurando refúgio na vizinha China, e outros partiram para o Japão. O contacto com estas duas culturas permitiu o contacto com as respectivas artes marciais, com vários coreanos a aprenderem Kung-Fu e Karaté.
O fim da ocupação em 1945 originou uma enorme necessidade de reafirmação dos valores nacionais, e é nesse âmbito que nascem várias escolas de artes marciais, nalguns casos lideradas por praticantes de Kung-Fu e Karaté. Ao mesmo tempo que algumas se especializavam nestes estilos estrangeiros, outras pretenderam retomar as tradições perdidas, recuperando artes marciais antigas como o Taekkyon.
É neste contexto que nasce o Taekwondo como o conhecemos, fruto da investigação do passado secular dos costumes e tradições coreanas, mas também influenciado por artes marciais chinesas e japonesas. É em 1955, uma altura em que já abundavam escolas e mestres, e se davam os primeiros passos na divulgação internacional dessa arte marcial, que surge a proposta de unificação nacional da arte marcial, dotando-a de identidade e denominação próprias: é aí que é adoptado o termo Taekwondo, e a actividade é aplicada ao exército coreano.
Deste então, tem-se verificado uma sucessão de marcos históricos na divulgação e crescimento a nível nacional e internacional do Taekwondo. Em 1971 é nomeado desporto nacional da Coreia, e um ano depois é criado o Kukkiwon, o centro da modalidade, responsável pela sua gestão, investigação e desenvolvimento a nível global. Um ano depois é criada a World Taekwondo Federation, órgão máximo mundial responsável pela organização de torneios e competições, e principal divulgador internacional desta arte marcial.
Aquele que é talvez o momento mais alto da história do Taekwondo é a sua presença nos Jogos Olímpicos de Seul, na condição de demonstração do desporto nacional (um velho costume dos Jogos Olímpicos entretanto extinto). O sucesso dessa presença levou à sua repetição, com o mesmo estatuto, em 1992 (Barcelona), até que o Taekwondo foi oficialmente adoptado como modalidade olímpica em Sidney, em 2000. Constitui, a par do Judo (e num sentido mais lato, do Boxe e da Luta Livre), o restrito leque de artes marciais com esse estatuto!
A Filosofia do Taekwondo
O Taekwondo é das artes marciais mais apreciadas do mundo e, também, um dos poucos desportos de luta a ser uma modalidade olímpica – apenas judo, boxe e luta livre gozam igualmente desse estatuto. Juntando a isto o facto de ser um desporto nacional e a arte marcial mais praticada no mundo, depressa nos apercebemos de que estamos perante um fenómeno, com uma popularidade crescente a cada dia que passa.
Mas sendo o Taekwondo uma arte marcial que, visualmente, é semelhante a outras, o que a distingue então das outras, e sobretudo, o que explica esta enorme popularidade? Para encontrar a resposta a esta questão, temos que começar por compreender o que é, afinal, o Taekwondo.
Os mestres desta arte marcial começaram sempre por dizer que o Taekwondo é, sobretudo, uma forma de vida. Muito mais do que a sua componente prática, o Taekwondo incorpora uma filosofia e uma maneira de ser e estar perante o quotidiano e as dificuldades com que nos deparamos diariamente. Um dos conceitos chave é o Hongik-Ingan, que significa “bem-estar de toda a humanidade”. É nessa ideia que se baseia a filosofia desta arte marcial: transformada em objectivo, os praticantes procuram atingi-lo através da união espiritual da tríade “corpo-mente-vida”.
No sentido mais prático, o Taekwondo é um instrumento de defesa e resposta perante “ataques”, não apenas físicos, mas também simbólicos – as dificuldades e adversidades que o quotidiano nos coloca. O termo é composto pelas palavras “Tae”, “Kwon” e “Do”, cada uma delas com vários significados, semelhantes entre si, mas que permitirão uma interpretação mais lata do conceito. “Tae” pode significar “pernas”, “pés” ou mesmo “pisar” (ou “manter-se em”); “kwon” pode ser interpretado como “punho” ou “lutar”; e “do” entende-se como “caminho” ou “disciplina”.
A interpretação mais comum traduz o conceito como “disciplina de pés e punhos”, mas percebemos assim que Taekwondo poderá ter um significado bastante mais profundo, em vez de remeter directamente para o sentido do confronto físico.
A filosofia do Taekwondo é, em grande parte, baseada nas tradições ancestrais do povo coreano, o Han, que ao longo dos séculos foram servindo de base a toda a cultura nacional e assumem ainda hoje um papel vital na identidade nacional.
Em parte, isto reflecte-se no Poomsae, que consiste em diversos movimentos coreografados e pré-definidos, através do qual é exercitado não só o físico, mas sobretudo a mente e o espírito. Assemelha-se, visualmente, a um combate contra um adversário imaginário (ou vários), mas a sua razão de ser prende-se mais com motivações espirituais do que de treino de combate efectivo – ainda que seja essa a sua aplicação prática.
No total são perto de duas dezenas de movimentos que exprimem, pela harmonia dos golpes ensaiados, elementos culturais, históricos, espirituais e religiosos dos Han.
É o caso por exemplo do Keumgang, cujo termo significa “diamante” e é o nome da mais bela montanha coreana e do símbolo do guerreiro supremo (nomeado por Buda): este Poomsae representa a dureza aliada à beleza, através de movimentos e golpes poderosos. Koryo é uma Poomsae baseada na dinastia coreana com o mesmo nome, que derrotou os invasores da Mongólia, e cujo legado é transposto para esta coreografia que representa, desta forma, a força e o espírito dos antepassados vitoriosos.
As Poomsae encontram-se hierarquizadas, com crescentes graus de dificuldade, acompanhando o grau de perícia do praticante: os oito primeiros Poomsae iniciais são os Taegeuk, fortemente inspirados em elementos naturais e religiosos, e o mais avançado é Ilyo, que incorpora a expressão máxima das artes marciais, o nível supremo de concentração e abstracção do mundo exterior.
Pode observar neste endereço uma apresentação (com vídeo) de cada um dos vários Poomsaes, assim como a descrição da sequência de movimentos de cada um.
Os Poomsaes são assim a expressão física e prática da filosofia do Taekwondo, e têm uma importância tal que são organizados com regularidade várias competições que avaliam a sua correcta elaboração. Tendo isto em conta é fácil perceber que o Taekwondo é muito mais do que a luta, sendo essa apenas a ponta de um iceberg imenso e profundo, que espelha na forma da arte marcial a cultura milenar coreana. Talvez por isso seja o desporto nacional desse povo.
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