Um eclipse lunar é um fenômeno celeste que ocorre quando a Lua penetra, totalmente ou parcialmente, no cone de sombra projetado pela Terra, em geral, sendo visível a olho nu. Isto ocorre sempre que o Sol, a Terra e a Lua se encontram próximos ou em perfeito alinhamento, estando a Terra no meio destes outros dois corpos. É como se fosse um eclipse solar porém a Terra encobre o sol nesse caso.
Por isso o eclipse lunar só pode ocorrer quando coincidem a fase de Lua cheia e a passagem dela pelo seu nodo orbital. Este último evento também é responsável pelo tipo e duração do eclipse.
Fenômeno
O eclipse lunar ocorre sempre durante a fase da Lua cheia pois ela precisa estar atrás da Terra, do ponto de vista de um observador no Sol. Como o plano da órbita da Lua está inclinado 5° em relação ao plano da órbita que a Terra realiza ao redor do Sol, nem todas as fases de Lua cheia levam a ocorrência do eclipse.
Relação da passagem da lua pelos seus nodos e a ocorrência de eclipses lunares e solares.
O eclipse ocorre sempre que a fase de Lua cheia coincide com a passagem da Lua pelo plano da órbita da Terra. Este ponto onde a órbita da Lua se encontra com o plano da órbita da Terra chama-se nodo orbital. O nodo pode ser classificado como ascendente ou descendente, de acordo com a direção que a lua cruza o plano.
Ao contrário dos eclipses solares que são visíveis apenas em pequenas áreas da Terra, os eclipses lunares podem ser vistos em qualquer lugar da Terra em que seja noite no momento do eclipse.
Os eclipses lunares podem ser classificados de acordo com a parte da Lua que é obscurecida pela sombra da Terra, e por qual parte da sombra da Terra ela está sendo obscurecida.
A sombra projetada pela Terra possui duas partes denominadas umbra e penumbra. A umbra é uma região em que não há iluminação direta do Sol e a penumbra é uma região em que apenas parte da iluminação é bloqueada.
Os eclipses penumbrais ocorrem quando a Lua entra na região de penumbra, o que na prática resulta numa variação do brilho da Lua que dificilmente é notada. Se a Lua entra inteiramente na região de penumbra ocorre o raro eclipse penumbral total que pode gerar um gradiente de luminosidade visível, estando a Lua mais escura na região que se aproxima mais da umbra.
Quando a Lua entra na região da umbra, podem ocorrer os eclipses lunares parcial e total. O eclipse parcial ocorre quando apenas parte da Lua é obscurecida pela sombra da Terra e o total, quando toda a face visível da Lua é obscurecida pela umbra. Este obscurecimento total pode durar até 107 minutos e é mais longo quando a Lua está próxima de seu apogeu, ou seja, quando sua distância da Terra é o maior possível.
Um último tipo de eclipse lunar raro é denominado eclipse horizontal. Ele ocorre quando o Sol e a Lua, em eclipse, estão visíveis ao mesmo tempo. Este tipo de eclipse só é visível quando o eclipse lunar ocorre perto do poente ou antes do nascente.
A Lua não desaparece completamente na sombra da Terra, mesmo durante um eclipse total, podendo então, assumir uma coloração avermelhada ou alaranjada. Isto é conseqüência da refração e da dispersão da luz do Sol na atmosfera da Terra que desvia apenas certos comprimentos de onda para dentro da região da umbra.
Este fenômeno também é responsável pela coloração avermelhada que o céu assume durante o poente e o nascente. De fato se nós observássemos o eclipse a partir da Lua, nós veríamos o Sol se pondo atrás da Terra.
Escala de Danjon
O astrônomo André-Louis Danjon criou uma escala que veio a receber seu nome para classificar o obscurecimento durante um eclipse lunar. Esta escala vai de 0 a 4:
L=0: Eclipse muito escuro, a Lua se torna quase invisível durante a totalidade.
L=1: Eclipse escuro de cor acinzentada ou próximo do marrom.
L=2: Eclipse com cor vermelha. A sombra central é muito escura mas as bordas são mais claras.
L=3: Eclipse cor de tijolo. A borda da sombra é brilhante ou amarela.
L=4: Eclipse muito brilhante com cor alaranjada. A borda da sombra é brilhante ou azul.
Ciclos de eclipse
Todos os anos ocorrem pelo menos dois eclipses lunares. A partir da data de um eclipse é possível prever os próximos através de um ciclo de eclipses como o Saros.
Eclipses lunares 2003-2015
Data | Tipo | Visível onde | Duração |
---|---|---|---|
15 de maio de 2003 | Total | Américas do Sul e Central, Costa Leste da América do Norte, Oeste da África | 53 min |
9 de Novembro de 2003 | Total | Américas, Europa, África, Ásia Central | 24 min |
9 de Maio de 2004 | Total | América do Sul, Europa, África, Ásia, Austrália | 1 h 16 min |
27 de Outubro de 2004 | Total | Américas, Europa, África, Ásia Central | 1 h 21 min |
24 de Abril de 2005 | Penumbra | Américas, Austrália, Pacífico, Extremo Leste da Ásia | 4 h 10 min (duração total do eclipse) |
17 de Outubro de 2005 | Parcial | Canadá, Austrália, Pacífico, Ásia | 58 min |
14 de Março de 2006 | Penumbra | Europa e África | 1 h |
7 de Setembro de 2006 | Parcial | África, Ásia, Austrália, Europa | 1 h 28 min |
3 de Março de 2007 | Total | Todos os continentes | 1 h 14 min |
28 de Agosto de 2007 | Total | Ásia, Austrália, Pacifico, Américas | 1 h 31 min |
20 de Fevereiro de 2008 | Total | Pacifico, Américas, Europa, África | 51 min |
16 de Agosto de 2008 | Parcial | América do Sul, Europa, África, Ásia, Austrália | 2 h |
9 de Fevereiro de 2009 | Penumbra | Europa, Ásia, Austrália, Pacifico | - |
7 de Julho de 2009 | Penumbra | Austrália, Pacifico, Américas | - |
6 de Agosto de 2009 | Penumbral | Américas, Europa, África, Ásia | - |
31 de Dezembro de 2009 | Parcial | Europa, África, Ásia, Austrália. | 1 h 02min |
26 de Junho de 2010 | Parcial | Ásia, Austrália, Pacifico, Américas | 2 h 44min |
21 de Dezembro de 2010 | Total | Ásia, Austrália, Pacifico, Américas, Europa | 3 h 29min |
15 de Junho de 2011 | Total | África, Ásia Central, leste da Ásia, América do Sul, Austrália | 03h e 39min |
10 de Dezembro de 2011 | Total | América do Norte (enquanto a Lua se põe), Pacífico, Ásia, Oceania, leste europeu (enquanto a Lua nasce) | 03h e 32min |
4 de Junho de 2012 | Parcial | Ásia, Austrália, Pacífico, Américas | 02h 07min |
28 de Novembro de 2012 | Penumbral | Europra, África, Ásia, Austrália, Pacífico Norte | - |
25 de Abril de 2013 | Parcial | Europra, Ásia, África, Austrália | 00h e 27min |
25 de Maio de 2013 | Penumbral | Américas, África | - |
18 de Outubro de 2013 | Penumbral | Américas, Europa, África, Ásia | - |
15 de Abril de 2014 | Total | Austrália, Pacífico, Américas | 03h e 35min |
8 de Outubro de 2014 | Total | Ásia, Austrália, Pacífico, Américas | 03h e 20min |
4 de Abril de 2015 | Total | Ásia, Austrália, Pacífico, Américas | 03h e 29min |
Mais longo eclipse lunar total entre 1900 e 2010
Data | Duração da fase total |
---|---|
16 de Julho de 2000 | 1h47m01s |
6 de Julho de 1982 | 1h46m20s |
27 de Julho de 2008 | 1h43m34s |
26 de Junho de 2009 | 1h42m32s |
4 de Agosto de 1906 | 1h41m48s |
7 de Julho de 2007 | 1h41m29s |
25 de Junho de 1964 | 1h41m25s |
26 de Julho de 1953 | 1h41m22s |
28 de Junho de 2001 | 1h41m16s |
15 de Junho de 2001 | 1h40m52s |
16 de Junho de 2006 | 1h40m49s |
15 de Julho de 1935 | 1h40m16s |
6 de Agosto de 1971 | 1h40m04s |
O eclipse lunar total mais longo entre 1000 a.C.e 300 d.C ocorreu em 31 de Maio de 318. Sua fase total teve uma duração de 1h47m14s.
Eclipse
Um eclipse é um evento astronômico que acontece quando um objeto celeste se move para a sombra de outro. O termo é derivado do termo grego antigo ἔκλειψις (ékleipsis), do verbo ἐκλείπω (ekleípō), "deixar para trás", uma combinação do prefixo ἐκ- (ek-), das preposições ἐκ, ἐξ (ek, ex), "fora", e o verbo λείπω (leípō), "deixar" .Quando acontece um eclipse dentro de um sistema estelar, como o Sistema Solar, ele forma um tipo de sizígia, o alinhamento de três ou mais corpos celestes do mesmo sistema gravitacional em uma linha reta
O termo eclipse é usado com mais frequência para descrever um eclipse solar, quando a sombra da Lua cruza a superfície da Terra, ou um eclipse lunar, quando a Lua se move na sombra da Terra. Entretanto, ele pode se referir a eventos além do sistema Terra-Lua: por exemplo, um planeta entrando na sombra de uma de suas luas, uma lua entrando na sombra do planeta que orbita, ou uma lua cruzando a sombra de outra lua. Um sistema estelar binário também pode produzir eclipses se o plano de suas órbitas intersecta a posição do observador.
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